sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O SURGIMENTO DA IGREJA FILADÉLFIA

A Carta à Igreja em Filadélfia 
Entre as sete cartas às igrejas no Apocalipse, encontramos duas que não contêm nenhuma crítica das igrejas: A carta à igreja em Esmirna, uma congregação pobre que enfrentava perseguição, e a carta à igreja em Filadélfia, uma congregação fraca e limitada, mas que dependia de Deus. Os homens tendem a medir força e qualidade em termos de tamanho, poder e riqueza. Jesus vê as igrejas de forma diferente. Independente de sucesso em termos que o mundo vê e mede, Jesus olha para o caráter e o coração de cada discípulo e de cada igreja. Ele sabe muito bem quem pertence a ele.
Ao Anjo da Igreja em Filadélfia (3:7-13)
A igreja em Filadélfia (7): As únicas referências bíblicas a Filadélfia se encontram no Apocalipse (1:11; 3:7). A cidade de Filadélfia gozava uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo, cerca de 140 a.C. Ele foi conhecido por sua lealdade ao seu irmão, assim dando origem ao nome da cidade (Filadélfia significa amor fraternal). A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Foi localizada num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. Filadélfia foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo imperador Tibério. Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia. Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele). Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia.
Tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar (8): Antes de falar sobre as obras deles, Jesus já oferece encorajamento a esses discípulos. Mesmo sendo servos fiéis, eles sentiram fracos e, talvez, incapazes de cumprir bem seus deveres ao Senhor. Jesus queria assegurá-los de sua fidelidade para com os seus servos.
Portas abertas representam acesso e oportunidades. Deus abre a porta da fé quando oferece o evangelho aos homens (Atos 14:27), assim lhes dando acesso à comunhão com ele. Abre portas de trabalho para seus servos divulgarem a palavra (1 Coríntios 16:9; 2 Coríntios 2:12; Colossenses 4:3). Aqui ele não fala especificamente da natureza das oportunidades dadas aos discípulos em Filadélfia, mas garante que as portas ficariam abertas. Hoje, quando Deus abre portas de oportunidade para nós, devemos aproveitá-las (Tiago 4:17).
Que tens pouca força (8): Fraqueza nem sempre sugere pecado. Jesus não condena esta igreja por nenhum erro, mas diz que ela tinha pouca força. Pode ser que fossem poucos em número, ou de outra maneira limitados em capacidade. Quando reconhecemos as nossas próprias limitações e fraquezas, devemos confiar mais em Deus e depender de sua força (2 Coríntios 12:9-10). Como Eliseu venceu os siros pelo poder de Deus (veja 2 Reis 6:16-17), os fiéis em Filadélfia teriam sua vitória pela força de Jesus.
Entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome (8): Apesar de suas limitações, a igreja em Filadélfia se mantinha fiel. Guardava a palavra de Jesus. Ele veio ao mundo e revelou a sua palavra, que nos julgará no último dia (João 12:48-50). Esta nova aliança entrou em vigor após a morte de Jesus (Hebreus 9:15-17; 8:6-13). Devemos obedecer a perfeita lei da liberdade que Jesus nos deu (Tiago 1:25). Eles defendiam o nome de Jesus e não o negaram.
A sinagoga de Satanás (9): Havia uma sinagoga de Satanás, uma congregação de falsos judeus, também em Esmirna (2:9). Sabemos do livro de Atos que as primeiras perseguições da igreja, tanto em Jerusalém como na Ásia, foram feitas por judeus. A igreja em Filadélfia sofreu por causa desses falsos judeus.
Eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei (9): Apesar de serem fracos, os discípulos em Filadélfia ficariam do lado do vencedor. Seriam exaltados acima dos seus inimigos (veja Isaías 60:14). Os servos fiéis e vitoriosos podem reinar com Cristo sobre as nações (20:4; 2:26-27), mas a glória e a adoração ainda pertencem totalmente ao Senhor. Esta honra serviria de prova do amor de Jesus para com os seus seguidores. Os falsos judeus os odiavam, mas o Senhor e Cristo os amava!

Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra (10): Os discípulos em Filadélfia seriam guardados num período de provação que afligiria o mundo. Pode ser uma referência à perseguição que começou no reinado de Domiciano e que causou terrível sofrimento e a morte de centenas de milhares de pessoas. Independente da natureza específica desta provação, Jesus prometeu proteção (mas não isenção de sofrimento) aos fiéis em Filadélfia. Ainda precisariam conservar o que tinham (3:11).
Venho sem demora (11): A vinda de Jesus traria alívio para os servos que sofriam pelo nome dele, e castigo terrível para os perseguidores e imundos. Para a maioria em Sardes, seria um dia de angústia (3:3). Para os cristãos em Filadélfia, seria um dia de alívio.
Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa (11): Depois de tudo que Jesus fez e prometeu, os cristãos em Filadélfia ainda teriam que fazer a sua parte. Ainda enfrentariam tentações e correriam o risco de perder tudo que haviam alcançado. Mesmo os servos mais fiéis precisam vigiar e permanecer fiéis até o fim.
Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus (12): As colunas de Filadélfia racharam e caíram no terremoto algumas décadas antes, mas as colunas no verdadeiro templo de Deus jamais seriam destruídas. Estas não são de pedra; são colunas vivas e firmes. Jesus não fala somente de líderes nas igrejas (veja Gálatas 2:9), mas de todos os vencedores fiéis. Os discípulos do Senhor são, ao mesmo tempo, pedras vivas e sacerdotes (1 Pedro 2:5-9).